É um facto consumado, a extinção da Região de Turismo dos Templários - Floresta Central e Albufeiras, o que vem no seguimento, primariamente de uma reestruturação do Turismo, e das entidades promotoras, mas também, é o culminar, de uma região que infelizmente, não se pode gabar de oferta de qualidade, isto refira-se a Tomar.
O turismo apontado como o Salvador da economia tomarense, e que não obstante a região tenha muito para oferecer, não se mostrou como actividade de importância vital, nem o pode ser, e há muito que o digo, julgo não ser possível sustentarmo-nos no turismo e ver nele a ponte para o futuro, tal constitui uma grande ilusão, a actividade turística deve ser encarada como um complemento deveras importante, mas é necessário relembrar, que é uma actividade não dependente da vontade interna, depende muito das flutuações nos mercados na sua maioria externos, aqueles que realmente proporcionam condições para a vinda de turistas, e se este ano não se pode dizer que foi mau, dada a grande afluência de "forasteiros" e de outras línguas, tal não que dizer que esteja assegurado para o próximo ano, sem contar que em Tomar a época predominante é a do Verão.
Posto isto, somos obrigados a constatar que, Tomar perdeu a sua actividade industrial, em tempos bastante importante e de grandes dimensões, e hoje, assiste-se a uma quebra da hegemonia nabantina sobre a Região do Médio Tejo, actualmente, são os tomarenses aqueles que são mais dependentes de serviços fora da sua cidade, e isto salda-se em primeiro lugar pela falta do dinamismo industrial e devido a este a quebra no comércio, que em última instância é quem dá vida à cidade e permite novos investimentos.
Em vez disso, preferiu-se, erroneamente, dar uma carga importante ao turismo, com a agravante de nada se ter feito, incluindo o encerramento do Parque de Campismo sem alternativa próxima, a soma a isto, temos uma perspectiva sempre nefasta para os interesses da cidade que é o elitismo e, enquanto as mentalidades elitistas se mantiverem, maior será a queda e consequentemente maior o atraso em relação ao Médio Tejo, é esta tendência de elitizar Tomar, é má e catastrófica e, já o foi provado nas últimas décadas, em que Tomar não progride, cruzando os braços, agarrados ao seu elitismo julgando ser o suficiente. Resultado: Da principal cidade da região estamos a baixo de outras cidades em vários aspectos, e ainda assim, há uma parte da população que não quer ou não consegue livrar-se deste aparente elitismo, têm-se a noção de que Tomar penas está reservada ao Turismo mais caro, o utilizador de Hotéis entre outros, mas o problema é que só existe um Hotel de grandes dimensões, enquanto que ao passo do turismo de campismo ou do turismo de excursão, estes sim, os que trazem maior vitalidade económica, são esquecidos, fechasse os Parques de Campismo, os WC's públicos, deficientes espaços de merendas e de parques de estacionamento de autocarros, entre muitas outras falhas, o que faz ver a título de exemplo, das poucas excursões que vêm a Tomar, a azáfama em encontrar espaço para estacionar (só no mercado), para merendar, WC's e espaços de lazer. Uma autêntica vergonha para esta cidade, é de lamentar como é que mostramos uma cidade desprovida de uns simples lavabos, até as mais pequenas aldeias conseguem oferecer estas pequenas infra-estruturas.
Onde estão os espaços verdes e de lazer?
As infra-estruturas necessárias?
Os postos de informação acessíveis?
Deplorável mesmo, não admira que se extingam Regiões de Turismo, se por um lado observamos à guerra de tutelas, por outro lado estará à espera que estes mecanismos centrais cheguem a acordo? Como se costumava dizer, estão muito altos para ver o que se passa, e a Câmara tem de se empenhar mais no assunto, não é ficando impávida e serena, que a organização vai cair do sítio, bem como os arranjos entre outros, infelizmente é o poder local que tem de intervir enquanto é tempo, pois também têm uma palavra a dizer, e não adianta dizer que não tem competências para tal, porque é o organismo que representa o povo tomarense, e se bem me lembro, ainda está o escrito na Câmara Municipal: "O Povo é quem mais ordena.", assim está mais do que visto que o turismo não é a salvação tomarense, dá um bom contributo mas não é vital, o município detinha uma importante actividade industrial que não soube manter, com todas as consequências sociais que daí advém e, por último, a sua arrogância elitista levou a que agora não sejamos mais uma importante cidade, no contexto do Médio Tejo e do País. Embora o atraso seja grande, nada está perdido, agora é necessário trabalhar, reformular este executivo, incluindo PS e PSD, e trabalhar o dobro para compensar os largos anos e fundos perdidos.